SEJAM BEM-VINDOS!

"Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública". (Anísio Teixeira)

29 maio 2010

VIVÊNCIAS DO ESTÁGIO

O Encerramento.......








O encerramento do nosso estágio foi muito lindo! Como trabalhamos durante o estágio com o projeto de música, cada dupla ficou responsável pela apresentação de um gênero musical, que foi dividido da seguinte maneira: Sayonara e Fernando com forró; Ivonélia e Janyne com sertanejo; Eliana e xavier com Gospel; Tiara e Aline com MPB e Graziela e Luana com Axé. Ao final fizemos uma exposição na área externa do IERP, onde foi colocado um Baner com a biografia do cantor homenageado e mesas, onde foram expostas as produções dos alunos (exercícios, avaliações, trabalhos em grupo, enfim todas as atividades que eles realizaram durante o estágio), bem como as telas que os alunos pintaram representando a compreensão da música trabalhada e escolhida pela sala e além das lembranças do estágio. Após esse primeiro momento, fomos para o auditório do IERP, onde Fernando e Janyne apresentaram toda a programação do encerramento. A princípio foram chamados as professoras regentes, a coordenadora, a diretora, a vice diretora para entregar flores e agradecer pelo período que estivemos no IERP, em seguida homenageamos de forma carinhosa e especial com um buquê de rosas vermelhas a nossa professora Socorro, que muito nos ajudou para o sucesso do nosso estágio, sendo inclusive apelidada carinhosamente por nós como “Gauthier” rsrrsrsrsr!!!, dado o seu empenho na educação. Este foi uns dos teóricos que permeou a nossa trajetória do estágio. Prosseguindo cada dupla de estagiário apresentava um slide, um aluno que falava sobre a biografia do cantor de acordo o gênero musical escolhido pela turma, seguindo apresentava uma dança sobre o seu gênero musical. Para finalizar o estágio todos os alunos e professores voltaram para a área externa do IERP, para entregar as atividades, os trabalhos e as lembranças. E depois fomos merendar um delicioso acarajé com refrigerante... Foi uma festa supimpa e muito linda!



Detalhes finais... dupla parada dura!





Como eu e Fernando ficamos com o gênero musical Forró fui caracterizada como tal para representar melhor a nossa exposição do trabalho. O cantor escolhido, trabalhado e estudado pela turma foi Luiz Gonzaga e para a culminância do projeto a nossa turma escolheu a música “o xote das meninas”. Fizemos um baner contendo introdução, objetivo, metodologia, desenvolvimento e considerações finais.... O nosso baner ficou maravilhoso!

Foi muito prazeroso organizar a nossa festa, pois encadernamos as atividades dos alunos, expomos as telas feitas por eles, revelamos um foto grande da turma com a gente para por na mesa e colocamos a nossa lembrança do estágio que foi um cd contendo todas as músicas trabalhadas em sala de aula e todas as fotos que tiramos nesse período. Ficou muito legal! Eles amaram...

A nossa apresentação no auditório foi linda, pois mostramos através de slides momentos compartilhados com os alunos, em seguida a nossa aluna Lívia foi a frente do palco e falou sobre a biografia de Luiz Gonzaga e depois algumas alunas apresentaram uma dança embalado ao som da sica “O xote das meninas” de Luiz Gonzaga.

Foi uma linda festa de encerramento de estágio, recebi dos meus alunos presentes e bastantes bilhetes e me emocionei quando vir alguns alunos chorando, foi difícil segurar a emoção, mas me segurei para animá-los. Todos fizeram questão de me beijar e abraçar e pediram para eu ir sempre visitá-los e que iriam sentir saudades... saudades já estou sentindo!

Tudo que vivi só fez reforçar a minha vontade de ensinar e dar o melhor de mim para tentar mudar a realidade triste e angustiante que se encontra a educação.


24 maio 2010

VIVÊNCIAS NO ESTÁGIO

A Realidade.....

Alunos desmotivados

Muitas expectativas e ansiedade na primeira semana do estágio. Foi no dia a dia que pude perceber a relação que estamos vivenciando com as cinco categorias de Muller-Fohrbrodt e outros (1978), citados por Veenman (1984, p.144), que são: percepção de problemas, mudanças de comportamento, mudanças de atitudes, mudança de personalidade e abandono da profissão. Essa é a realidade que nós alunos do curso de pedagogia temos que enfrentar já em vias de conclusão de curso, pois a grade curricular atual é desumana, ao ponto de chegarmos ao último semestre do curso tendo estágio e a elaboração da monografia, além de mais duas disciplinas ainda. Desse modo que estar, só nos resta virar a madrugada adentro para dar conta do recado, o que tem provocado desgastes físicos, stress e muito cansaço.

A percepção da realidade vivenciada nesses primeiros dias estágio tem tudo a ver com as reflexões sobre categorias de Fuller (1969) e dos problemas de Veenman (1984). Esses autores citam a desmotivação dos alunos pelo o aprendizado como um dos desafios do educador. A falta de motivação dos alunos, portanto, foi o primeiro problema que percebi na classe, isso tem me angustiado muito, ao mesmo tempo em que tem me dado forças para compreender, já que nosso papel como estagiário é observar e pesquisar as causas que têm levado esses alunos a não têm nenhuma motivação para continuar apreendendo. Sabemos que a motivação envolve vários contextos que devem ser considerados, como: o ambiente escolar, as expectativas e estilos dos professores, os desejos e aspirações dos pais e familiares, os colegas de sala, a estruturação das aulas, o currículo escolar, as características individuais de cada aluno, entre outras. Entretanto, percebo que os aspectos metodológicos são importantíssimos para uma motivação intrínseca do aluno, no entanto, vejo o professor como principal agente motivador e tem um papel fundamental, pois parte da motivação do aluno se origina da motivação do professor em mediar o conhecimento. Talvez por encontrar professores desmotivados, já na fase de abandono da docência (aposentadoria), percebi na turma que alguns alunos perderam o interesse em aprender e vai à escola apenas por ir, outros alunos por serem repetentes também não tem despertado o interesse no aprendizado. No entanto, acredito que a motivação deve estar presente em todos os momentos e que cabe ao professor facilitar a construção do processo de formação, influenciando o aluno no desenvolvimento da motivação da aprendizagem, nessa linha de pensamento procuro sempre realizar atividades criativas e envolventes, mesmo nesse curto período de contato com esses alunos. Relato aqui uma experiência de trabalho desenvolvido em sala de aula, onde grupos de alunos foram divididos em equipes para melhor aproveitamento e interação da classe, só que para mim o trabalho elaborado era interessante e motivador, no entanto, com a arrumação do grupo percebi que eles não se interessaram tanto assim, pois as maiorias se recusavam em se juntar com outros colegas por questão de afinidade, já que a classe tem seus “grupinhos”, essa proposta de trabalho acabou gerando muita agitação entre eles e eu cheguei em casa entristecida, pois tudo que eu tinha planejado no final de semana não tinha dado certo. Pra mim foi um banho de água fria, pois imaginava que às aulas fossem animar os alunos, nessa brincadeira tive até insônia!. Mas não desistir, no outro dia refletindo melhor o ocorrido eu resolvi dar uma nova chance a turma e continuar inovando, aí planejei outras aulas com trabalho em grupo e antes de qualquer coisa tive uma conversa sincera com eles sobre o fato ocorrido, então tive um retorno, eles começaram a participar e achar interessante e hoje temos em todas as atividades participação deles. Daí em diante fizemos vários trabalhos em grupos, duplas e trios e eles participam mesmo, a nossa sala estar turbinada e muito linda, cheia de trabalhos que expomos na parede, como cartazes do sistema urinário, das retas paralelas e retas concorrentes, o mapa do Brasil, o mapa da vegetação brasileira, pinturas produzidas por eles com o tema aquarela e um grande cartaz da vegetação nativa brasileira, onde são fixados mini cartazes com as características de cada vegetação associado a respectiva imagem, bem como o mapa para indicar a localização, confeccionamos também relógios para trabalhar ângulos, e sem falar do beijo do caboclo, uma receita que fizemos para expor o assunto e comer depois, é claro!.E o mais importante é que tudo foi trabalhado em grupo. Todos esses trabalhos entre outros me deixou muito feliz, pois conseguimos realizar todos eles com sucesso, tanto no momento da confecção quanto na aprendizagem relacionada ao assunto. O resultado de todo esse esforço é que conseguimos o respeito e o carinho de todos eles, pois através de um bom diálogo com eles tenho dado uma boa aula, com uma boa participação da sala.

As categorias de Fuller

Outras situações vivenciadas no estágio e que são citados por Veenman é a relação entre colegas e turmas numerosas. A relação entre colegas não é das piores, entretanto, é perceptível o distanciamento entre alguns, talvez por não ter sido colegas anteriormente, fato que a priori dificultou o trabalho em equipe como já relatado anteriormente por mim. Esse distanciamento por vezes acaba em discórdia entre colegas, principalmente por serem heterogêneas as classes sócias do nosso alunado, bem como a faixa etária, além do mais estamos lidando com crianças e adolescentes. Outro ponto importante para reflexão é o tamanho ideal da turma, já que as turmas são numerosas e sem dúvida é um ponto negativo quando se procura qualidade no ensino-aprendizagem, tanto para o aluno como para o professor, pois dificulta o trabalho docente, uma vez que a aprendizagem não será alcançada com êxito em comparação a uma turma menor. Uma turma adequada deveria estar entre 20 a 25 alunos, mesmo assim, estar sendo possível fazer um bom trabalho, pois com dedicação e compreensão conquistamos o respeito e o carinho de todos eles, e conseguimos dá uma boa aula, com uma boa participação em sala.

O controle e organização também fazem parte das categorias de Fuller que tem como problemas segundo Veenman a organização do trabalho na aula e uso efetivo de diferentes métodos de ensino. Observei na minha turma que tinha que manter o tradicionalismo no sentido de todos os alunos sentarem em fileira, pois qualquer outro forma disposta, eles se dispersavam mais rápido e ficavam conversando o tempo todo com o outro colega. Às vezes tinha que agradá-los no intuito de manter a atenção deles durante toda a aula, nesse caso buscamos em Skinner o estímulo e resposta, punir ou premiar. Acredito que no momento em que estamos lecionando, não temos que ater apenas a uma proposta pedagógica e sim ter a capacidade de perceber a realidade encontrada e tentar fazer o melhor que convém para melhorar o aprendizado. Nesse sentido se procura o mais conveniente de cada uma dessas propostas, tanto a cognitivista, como a construtivista e até mesmo a tradicionalista.

Outra categoria de Fuller é preocupações com os alunos e Veenman trás como problemas gestão das diferenças individuais dos alunos, gestão dos problemas individuais dos alunos, determinação do nível de aprendizagem dos alunos, e alunos com baixo ritmo de aprendizagem, avaliação dos trabalhos dos alunos. Em virtude de ser uma turma com adolescentes e crianças, tenho que ter o maior cuidado quando me dirijo a eles no sentido da linguagem, os adolescentes principalmente usam uma linguagem repleta de palavrões e a todo o momento eu e Fernando temos que nos posicionarmos e tomar atitudes de conscientizá-los em relação ao comportamento em sala de aula, pois temos crianças na sala.

A turma conforme já citado anteriormente é composta de alunos que lêem, que lêem muito pouco e alunos que não ler nada, este é o grande problema que nos preocupa, pois os conteúdos propostos são de acordo ao programa curricular e alguns alunos não conseguem acompanhar. Como o estágio é em dupla a única alternativa que encontramos foi dividir a classe em dois grupos, onde eu fico com todos os alunos que ainda não lêem e o colega Fernando fica com o restante do grupo, para tanto trabalhamos com atividades diferenciadas com os alunos que não sabe ler, porém não excluindo-os das atividades de rotina, sendo assim, trabalhamos a necessidades de cada um. O que mais tem me angustiado é saber que uma parcela dessas crianças que estão na 4ª série ainda não sabem ler, é frustrante portanto saber que a Escola como instituição pública não estar cumprindo o seu papel, desta forma, para suprir essa lacuna estamos fazendo um trabalho diferenciado com eles, dando um acompanhamento todos os dias, mas o estágio é apenas 20 dias e depois como será o acompanhamento desses alunos? O (A) professor(a) regente deve se sentir impotente diante dessa realidade, pois são 33 alunos numa mesma sala, como dar conta?

A escola precisa fazer um projeto diferenciado para ajudar essas crianças que não sabem ler e tampouco escrever. A escola não deve silenciar e empurrar a sujeira para debaixo do tapete. No CAIC, onde estagiei na Educação Infantil, eles tinha um projeto com o nome, “Todo mundo lendo”, em que cada professor, diretor e coordenador, adotava uma criança pra alfabetizar, isso era apenas uma hora do seu tempo, que acontecia ali na escola mesmo. O ensino fundamental I que eu e meus colegas estamos estagiando estar precisando urgentemente de algo parecido, é preciso ser feito algo para mudar essa realidade nua e crua, pois não podemos perder a capacidade de nos indignar, de nos incomodar, de nos angustiar com essa situação.

Nosso estágio estar sendo muito enriquecedor e gratificante, pois vejo isso como uma grande oportunidade em estar vivenciando a realidade escolar que até outro dia só apenas ficava na teoria e hoje temos a prática e a vivência. Fica aqui minha indagação que a disciplina de estágio deveria ser antes da disciplina da monografia, porque vivenciamos e nós deparamos com vários problemas que com certeza seriam temas para a nossa monografia